quinta-feira, agosto 06, 2020

Fim

Não quero mais brisas soltas que provocam tempestades em mim

Quero respiração tetê-a-tetê que me conforta serena

Quero sopro que me acende obscena

Quero ventania. Intensa. Que atiça amor em mim


Tenho saudade das propostas sutis

Do nhoque da nona que você nunca fez pra mim

Do arroz nepalês com caminhão de tempero

Da volta de bicicleta com pneu cheio


Queria desapaixonar com a mesma facilidade que me apaixono

Com um ou dois dias de sofrência e pronto

Mas sou fogo rasteiro que queima lento

E fico em braseio


Tô cansada de fim antes do começo

Sem meios.

Com cinzas.

E fim.

Um comentário:

Rogerito Zito disse...

Muito bom!