"They're breath is as sweet as the dew on the holy holy vine"
Cat Power- Moonshiner
Cat Power- Moonshiner
Quem não gosta daquelas pessoas que ficam contando o filme, não leia!
Assisti ontem e até agora não consigo tirar da cabeça a idéia de que o filme é banal. A história acontece da perspectiva de Ciro, um recém formado em letras, meio sem rumo, desacreditado. É sustentado pelos pais e vez ou outra faz umas traduções pra ganhar dinheiro. Entrelinhas, Ciro, um cara vagabundo-bundão que mora sozinho num apartamento vazio e frio. O que ele faz? O que um urbano vagabundo-bundão classe média faria. Bebe pra caramba, fuma, fala pouco, não faz a barba e, por sorte, trepa com uma modelo shining happy people que é afim dele. A Marcela. O que ela faz? O que o estereótipo de modelo faria. Sempre dá risadinhas a cada frase que fala, tem o sonho de viajar pelo mundo (bom, quem não tem, levanta a mão), batalha pela carreira e fica caída por um vagabundo-bundão introspectivo e calado que parece nem aí pra ela.
Aí eles se envolvem. Se é que se pode falar em envolvimento. Ele é frio, ela é fútil. Talvez lá seja um local onde ela se refugie do mundo, sem compromissos, nem deveres, muito menos paparicos. Tudo que fazem é trepar, ter conversas superficiais, trepar, mais conversas dessas. Ela da um pouco de brilho pra vida dele, por exemplo, quando faz ele sair do isolamento indo na casa de uns conhecidos fumar maconha e ter mais conversas dessas. O que, digamos, não é muito significativo. Ele continua em sua introspecção.
Até que um dia, a modelo não da uma de suas risadinhas, pois revela que está com câncer e vai se tratar, provavelmente eles nunca mais vão se ver. E ele, o que faz? Mais uma vez, o que um vagabundo-bundão faria. Pergunta a ela onde vai ficar? Se pode visitá-la, ligar de vez em quando? Não. Não vão mais se ver e ponto. Aí eles trepam pra se despedir. Bye-bye Marcela.
Nisso, a situação dos pais dele não é muito legal, e ele não arranja emprego como tradutor. Ele então faz o que adora, bebe mais um pouco e se joga em seu apartamento. Nessa hora o filme tenta demonstrar a angústia do personagem, menos pela Marcela, mais por seu niilismo. Bebendo, escrevendo, esperneando. Sem mulher, sem dinheiro, solidão nua e crua que ele próprio constrói. Não sei se a intenção era despertar alguma coisa no público, compaixão, compreensão ou angústia, pois nessa hora Ciro revelou o que ele sentia além daquela apatia em relação ao mundo. Mas a mim não despertou nada.
Os pais o encontram naquele estado deplorável e levam-no de volta pra casa. Agora Ciro começa a ter vida séria e saudável. Na casa dos pais pára de beber, começa a jogar futebol, faz a barba, começa a trabalhar numa livraria e aí, quem liga? A Marcela! “Olha, eu me curei, e vou pra Barcelona, quer ir comigo Ciro?”. Bah. Se já do filme já não estava gostando, nem me fale do final.
O filme é banal por não ter nada demais, trata do cotidiano no qual Ciro é onipresente. Presenciamos trechos realistas e simples de sua vida pós-faculdade, transitando da adolescência para o mundo adulto, fase na qual pouca coisa parece fazer sentido. Mas poderia ser sobre qualquer um de nós. Quando ele vai á casa dos pais, por exemplo, se vê aquela conversa típica de família classe média durante o almoço domingueiro. Um falando por cima do outro, comendo, dando risadas e bebendo a cervejinha. Nada demais.
E a parte que eu gostei, foi quando não teve diálogo e conseguiu ser mais envolvente que todas as outras: na cama, Ciro tocando violão e Marcela cantando Moonshiner, versão do Cat Power.
Assisti ontem e até agora não consigo tirar da cabeça a idéia de que o filme é banal. A história acontece da perspectiva de Ciro, um recém formado em letras, meio sem rumo, desacreditado. É sustentado pelos pais e vez ou outra faz umas traduções pra ganhar dinheiro. Entrelinhas, Ciro, um cara vagabundo-bundão que mora sozinho num apartamento vazio e frio. O que ele faz? O que um urbano vagabundo-bundão classe média faria. Bebe pra caramba, fuma, fala pouco, não faz a barba e, por sorte, trepa com uma modelo shining happy people que é afim dele. A Marcela. O que ela faz? O que o estereótipo de modelo faria. Sempre dá risadinhas a cada frase que fala, tem o sonho de viajar pelo mundo (bom, quem não tem, levanta a mão), batalha pela carreira e fica caída por um vagabundo-bundão introspectivo e calado que parece nem aí pra ela.
Aí eles se envolvem. Se é que se pode falar em envolvimento. Ele é frio, ela é fútil. Talvez lá seja um local onde ela se refugie do mundo, sem compromissos, nem deveres, muito menos paparicos. Tudo que fazem é trepar, ter conversas superficiais, trepar, mais conversas dessas. Ela da um pouco de brilho pra vida dele, por exemplo, quando faz ele sair do isolamento indo na casa de uns conhecidos fumar maconha e ter mais conversas dessas. O que, digamos, não é muito significativo. Ele continua em sua introspecção.
Até que um dia, a modelo não da uma de suas risadinhas, pois revela que está com câncer e vai se tratar, provavelmente eles nunca mais vão se ver. E ele, o que faz? Mais uma vez, o que um vagabundo-bundão faria. Pergunta a ela onde vai ficar? Se pode visitá-la, ligar de vez em quando? Não. Não vão mais se ver e ponto. Aí eles trepam pra se despedir. Bye-bye Marcela.
Nisso, a situação dos pais dele não é muito legal, e ele não arranja emprego como tradutor. Ele então faz o que adora, bebe mais um pouco e se joga em seu apartamento. Nessa hora o filme tenta demonstrar a angústia do personagem, menos pela Marcela, mais por seu niilismo. Bebendo, escrevendo, esperneando. Sem mulher, sem dinheiro, solidão nua e crua que ele próprio constrói. Não sei se a intenção era despertar alguma coisa no público, compaixão, compreensão ou angústia, pois nessa hora Ciro revelou o que ele sentia além daquela apatia em relação ao mundo. Mas a mim não despertou nada.
Os pais o encontram naquele estado deplorável e levam-no de volta pra casa. Agora Ciro começa a ter vida séria e saudável. Na casa dos pais pára de beber, começa a jogar futebol, faz a barba, começa a trabalhar numa livraria e aí, quem liga? A Marcela! “Olha, eu me curei, e vou pra Barcelona, quer ir comigo Ciro?”. Bah. Se já do filme já não estava gostando, nem me fale do final.
O filme é banal por não ter nada demais, trata do cotidiano no qual Ciro é onipresente. Presenciamos trechos realistas e simples de sua vida pós-faculdade, transitando da adolescência para o mundo adulto, fase na qual pouca coisa parece fazer sentido. Mas poderia ser sobre qualquer um de nós. Quando ele vai á casa dos pais, por exemplo, se vê aquela conversa típica de família classe média durante o almoço domingueiro. Um falando por cima do outro, comendo, dando risadas e bebendo a cervejinha. Nada demais.
E a parte que eu gostei, foi quando não teve diálogo e conseguiu ser mais envolvente que todas as outras: na cama, Ciro tocando violão e Marcela cantando Moonshiner, versão do Cat Power.
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