Um choro enrustido habita-me
uma angústia calada aperta-me
escrevo para ver se os dedos deixam fluir as águas paradas
se assim o pulsar dolorido da enxaqueca se esvai
se o tráfico pesado de pensares desemaranha, quizás
O que eu queria hoje
era comida pronta
um corpo quente no meu
cafuné de ponta de dedos.
Mas só tinha roupa parada para estender
louça para lavar
absorvente de pano ensanguentado para esfregar
Observo o azul da cor do mar da foto que destaca na parede
compreendo Tim Maia
ansiosa para o sono vir
para poder sonhar
um sonho
todo azul
da cor
do mar
mas o que saí de mim hoje é só vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário